O futuro do seguro entre algoritmos, catástrofes e regulações

O futuro do seguro entre algoritmos, catástrofes e regulações

Conseguro 2025 põe no radar do mercado segurador novos riscos e oportunidades gerados por ambientes de incertezas decorrentes de extremos climáticos e de inovações disruptivas.

Por: Vagner Ricardo

O mercado de seguros se encontra em um ponto de virada em tempos de instabilidade e mudanças rápidas, constatou a Conseguro 2025, que ocorreu em São Paulo, no dia 27 de maio, e serviu como um autêntico radar estratégico para o setor. Com a participação de aproximadamente 800 pessoas, o evento identificou os principais riscos e oportunidades que já estão moldando o presente e que têm o potencial de impactar ainda mais o futuro das seguradoras.

 

“A estabilidade empresarial virou uma ilusão”, decretou David Roberts, fundador da Global Inspiration Goals, em palestra que eletrizou o público. Segundo ele, vivemos uma era em que inovações disruptivas — como inteligência artificial, robôs humanoides e edição genética — não apenas transformam negócios, mas reduzem drasticamente sua longevidade média. E o setor de seguros, com sua alta exposição a riscos e vulnerabilidades, não está imune.

 

Mas a transformação digital não veio sozinha. As discussões da Conseguro também expuseram dilemas que vão além da tecnologia. O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, criticou duramente medidas recentes que afetam a atratividade do setor, como o aumento do IOF sobre fundos VGBL e a obrigatoriedade da compra de créditos de carbono com reservas financeiras dos clientes. Para ele, essas decisões prejudicam a previsibilidade e desestimulam investimentos de longo prazo.

 

O tema regulatório ganhou ainda mais peso com a fala do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou a segurança jurídica como essencial para o bom funcionamento do mercado segurador. “A palavra do contrato representa a sacralidade da segurança jurídica”, disse ele. Sobre o novo marco de seguros (Lei nº 15.040/2024), Fux concordou que suas regras passam a valer apenas para os contratos assinados a partir de 11 de dezembro, data de vigência da nova legislação.

 

A sustentabilidade também teve protagonismo, especialmente nos debates sobre o papel das seguradoras diante das mudanças climáticas. A proposta de um Seguro Social de Catástrofe foi apontada como uma ferramenta urgente para a mitigação de riscos em municípios mais vulneráveis. Por fim, a tecnologia apareceu como um fio condutor que atravessa todas as frentes — da inclusão financeira à personalização de produtos. A inteligência artificial, em especial, foi destacada não como uma ameaça, mas como uma aliada poderosa na construção de um setor mais eficiente, acessível e resiliente.

 

Nota

 

A executiva Claudia Prates é a nova diretora de Sustentabilidade da CNseg.

 

Sua missão é fortalecer as ações e projetos da agenda Social, Ambiental e Climática no setor segurador. Mestre em economia, Claudia Prates é oriunda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde atuou por 28 anos, inclusive como diretora entre os anos de 2016 e 2019.


 

CNseg lança a terceira Agenda Institucional com prioridades para 2025

 

Com foco em modernização, sustentabilidade e diálogo com o poder público, foi lançada em Brasília a Agenda Institucional 2025 da CNseg. A publicação reúne os temas mais relevantes em debate nos poderes Executivo e Legislativo, com destaque para a regulamentação da Reforma Tributária, o Marco Legal dos Seguros e a Agenda Climática. O evento ocorreu em 23 de abril e reuniu parlamentares, autoridades do Judiciário e representantes das principais seguradoras do País.

 

A terceira edição da Agenda destaca, entre as propostas centrais, a criação do Seguro Social de Catástrofe, que prevê indenizações rápidas para vítimas de desastres naturais; a ampliação do alcance do Seguro Rural; o seguro ambiental como facilitador para o licenciamento de obras, além da aplicação do Seguro Garantia com cláusula de retomada, já em vigor em alguns estados, para evitar a paralisação de projetos públicos.

 

O setor automotivo e os seguros de veículos seguem no radar, diante da perspectiva de regulamentação das cooperativas de seguros, com a recém-aprovada Lei Complementar 213/2025. Educação financeira e Sustentabilidade são outros pilares da Agenda Institucional.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, destacou a importância do documento como plataforma de diálogo com os Três Poderes. “O seguro é uma alavanca essencial para o desenvolvimento do País, da saúde à infraestrutura, do agronegócio à economia verde”, afirmou.

 

Leia na íntegra em https://cnseg.org.br/publicacoes/agenda-institucional-do-mercado-segurador-2025.


 

2ª edição da Agenda Jurídica do Mercado Segurador é lançada na OAB-SP

 

A CNseg lançou, em 7 de abril, na sede da OAB-SP, a segunda edição da Agenda Jurídica do Mercado Segurador, em evento que reuniu líderes do setor, autoridades jurídicas e especialistas para discutir os principais temas que impactam o mercado de seguros no Brasil. A nova edição incorpora oito processos e encerra 23, representando mais de 50% dos casos da edição anterior. Atualmente, 58% dos processos são de natureza cível e regulatória, seguidos por 23% de casos tributários e processuais.

 

A agenda 2025 lista, entre os assuntos prioritários, a discussão sobre a incidência da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre receitas financeiras das seguradoras, a Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) relacionada à irretroatividade de regras da nova Lei de Licitações e o julgamento da constitucionalidade da Lei do Rol de Procedimentos da ANS.

 

A CNseg atua diretamente em cinco processos no STF, incluindo a ADC 90, que trata da irretroatividade do Estatuto da Pessoa Idosa aos contratos de planos de saúde, e a ADI 7.428, que discute a inscrição automática de recém-nascidos submetidos a tratamento após o prazo legal.

 

Veja a publicação na íntegra em https://cnseg.org.br/publicacoes/agenda-juridica-do-mercado-segurador-2025?utm_source=chatgpt.com.